segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Violência, literatura e crítica

Nas atividades do projeto Sob a égide do totalitarismo e autoritarismo: a literatura como reflexão discutimos a violência a partir da abordagem literária, com a leitura, dentre outros, dos contos "Uma Vela Para Dario", de Dalton Trevisan e "Passeio Noturno - Parte I", de Rubem Fonseca. Complementemos nossas reflexões com o material abaixo:



Observemos também este recorte de jornal registrado afixado no mural da estação rodoviária do município gaúcho de Encruzilhada do Sul:


***
"Com Theodor Adorno e Walter Benjamin, a reflexão sobre a literatura incorporou uma crítica da violência. Motivados pela indignação com os regimes autoritários e pelo impacto das guerras, os autores elaboraram reflexões estéticas pautadas pela necessidade de enfrentamento dos fundamentos filosóficos e sociais da violência de seu tempo". (GINSBURG, 2010, p.73-74)

“era como se esses autores afirmassem que a realidade social é violenta e autodestrutiva em conseqüência de uma violência maior do próprio sistema”. (SCHOLLHAMMER, 2000, p.244)

"Poder-se-ia afirmar que a tendência brutalista na literatura brasileira se apoia na temática da violência sem nenhuma intenção de legitimar a crua realidade dos submundos urbanos. Ao contrário, percebemos como esta narrativa, ao representar uma realidade inaceitável do ponto de vista ético ou político, abre um diálogo com seu conteúdo desarticulado, permitindo assim enxergar uma procura de comunicação abafada culturalmente". (SCHOLLHAMMER, 2000, p. 256). 

"Essa violência é particularmente intensa e sistemática nos períodos caracterizados como regimes autoritários, o Estado Novo e a Ditadura Militar, nos quais seu exercício foi metódico e planejado, mas não se restringe a eles, perpassando no país, ao longo de todo o período que Eric Hobsbawm chamou de era dos extremos". (GINZBURG, 2010, p.98)