A nomenclatura musical que temos hoje ficou famosa a partir
do século XII e foi organizada pelo monge beneditino Guido d'Arezzo, que viveu por volta de 995 a 1050. Ele
"batizou" as notas musicais aproveitando a primeira sílaba de cada
verso do seguinte hino à São João Batista:
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum.
Tradução Literal
Que os servos possam
Ressoar com suas fibras
Tuas obras maravilhosas
Fazei com que todas
As manchas sejam perdoadas
dos nosso lábios impuros
Oh, São João
Tradução poética
Doce, sonoro
Ressoe o canto
Minha garganta
Faça o pregão
Solta-me a língua
Lava-me a culpa
Ó São João!
A tradução poética foi feita de forma que as sílabas iniciais fiquem conforme os nomes das notas que utilizamos, para que possamos compreender melhor a idéia da utilização deste poema.
Em cada verso o tom era aumentado para o grau seguinte da escala musical, o que facilitava ao estudante a compreensão do nome da nota em relação ao tom correspondente.
A palavra Ut ainda é usado na Franca. Mas, como ela era difícil de ser falada, principalmente nos exercícios de solfejo, foi mudada para um som mais suave e acabou ficando a palavra Dó, possivelmente derivado de Dominus (Senhor). Esta mudança foi estabelecida teóricamente pelo italiano Giovanni Maria Bononcini em seu tratado "O Músico Perfeito", publicado em 1673.
O Si foi formado da primeira letra de Sancte e da primeira de Ioannes, que era a grafia latina para o nome João.
Nos EUA, o Si é Ti. Nos países latinos as notas também são representadas pelas letras "C D E F G A B".
Diz-se que um coral de meninos daquela época costumava, antes de suas exibições em público, cantar este hino, pedindo a São João Batista que protegesse suas cordas vocais.
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